domingo, 28 de junho de 2015

Galo x JEC: horário alternativo e o bom humor do técnico alvinegro

  Na nona rodada do Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG venceu o Joinville por 1x0. A partida foi realizada no Mineirão e em um horário novo para os padrões nacionais, às 11 horas. O jogo teve nível técnico abaixo do esperado, principalmente por parte do time da casa. Os três pontos foram fundamentais para o objetivo da equipe alvinegra, que é conquistar o título, mas a má atuação em campo preocupou parte dos torcedores. Na minha visão foi um jogo atípico e alguns fatores atrapalharam o espetáculo.

  Primeiramente, o horário prejudicou o rendimento dos jogadores. O tempo ensolarado e seco impediu uma movimentação mais intensa do ataque do Galo. Essa informação foi confirmada pelo jogador atleticano Giovanni Augusto em entrevista após o jogo. Por outro lado, os mais de 55 mil presentes comprovaram que essa alternativa agradou a torcida. Muitas famílias puderam prestigiar o jogo e dificilmente teríamos o mesmo público às 16 ou 18 horas. Dessa maneira, a CBF deve manter esse novo horário, mas já foi possível notar que ele afeta a qualidade dos embates.

  O Joinville, que é treinado por Adilson Batista, se propôs a ficar na defesa durante toda a partida.  Estava satisfeito com o empate e só tentou alguns ataques após levar o gol de cabeça de Leonardo Silva. Desde o primeiro minuto, apenas “cozinhava” o jogo, e o sol forte ajudava. Assim, o Atlético não conseguia penetrar com velocidade na área adversária. Os meias alvinegros arriscavam lançamentos longos, mas erravam muitos passes. A linha defensiva de cinco jogadores do JEC foi um grande obstáculo para o ímpeto ofensivo do mandante.
           
  Após a vitória, o técnico Levir Culpi mostrou-se consciente e admitiu que o seu time não fez uma boa partida. Além disso, comentou que fica feliz quando a equipe joga bem, mas são os três pontos que o deixam empregado.  O bom humor característico evidencia que ele é um treinador diferenciado dos demais e que sabe como pode levar o Galo ao tão sonhado bicampeonato brasileiro.


  

sábado, 13 de junho de 2015

Gareth Bale: a esperança do País de Gales

  A seleção de futebol do País de Gales possui pouca tradição. Disputou a Copa do Mundo apenas uma vez, em 1958 e nunca jogou a Eurocopa. Mas essa situação pode mudar. Tudo por conta de um grande talento que tem todas as virtudes pra ser o maior da história do país, Gareth Bale.

  O galês nasceu em Cardiff, mas deu seus primeiros passos no futebol no sul da Inglaterra, em  Southampton. O velocista, ainda franzino, apresentava muitas qualidades e foi para o Tottenham em busca de uma maior projeção no cenário internacional.

   No time de Londres, Bale começou a se destacar e passou a jogar mais avançado, abandonando sua posição de origem, a lateral esquerda. Ajudou a equipe a conquistar uma vaga na Champions League, na temporada de 2010-2011 e sobressaiu-se no torneio, em especial na partida contra a Inter de Milão, nas oitavas de final. Nesse jogo, contra os atuais campeões, fez três gols na partida de ida e deu duas assistências no jogo de volta. Duas atuações fantásticas que mostraram ao mundo o seu potencial.

  Com o passar dos anos, o galês se tornou o astro da equipe, e grandes times europeus começaram a querer contratá-lo. Ao ser eleito o melhor jogador do Campeonato Inglês da temporada 2012-2013, a transferência foi inevitável. O destino: Real Madrid. O preço: 101 milhões de euros. Bale se tornaria não apenas um reforço, mas a maior contratação da história do futebol.

  Na equipe espanhola, Bale conquistou prestígio, títulos e dinheiro. Ganhou a Champions League, passou a ser considerado um dos melhores do mundo e começou a receber mais de 20 milhões de euros por ano. O que mais poderia querer?

  Agora, Bale quer ajudar o seu país. Seu primeiro objetivo é levar o País de Gales para a Eurocopa. E está muito próximo disso. A Seleção está em primeiro lugar no grupo e só depende de si para garantir a vaga. O camisa 11 já fez cinco gols na competição e lidera o time em busca dessa conquista inédita.

  Na última partida, contra a promissora seleção belga, Bale mostrou o que se espera dele. Na vitória por 1 x 0, balançou as redes na única oportunidade que teve. Além disso, marcou e articulou jogadas. Em uma equipe frágil e de poucos talentos,  recebe o auxílio de Ramsey, meio campista do Arsenal, mas sabe que tem que ser o diferencial e não foge dessa responsabilidade.

  Será que Bale conseguirá alcançar patamares com a Seleção que craques como Ryan Giggs não conseguiram? Isso só o tempo dirá. Só podemos torcer para poder acompanhar suas arrancadas na Eurocopa e, talvez, seus belos chutes em uma Copa do Mundo.



quarta-feira, 10 de junho de 2015

Um encontro inesperado com Alecsandro


  Dia 4 de junho. Em pleno feriado nacional, o Aeroporto Tancredo Neves apresentava certo movimento. Pessoas apressadas por todos os cantos. Diversos destinos e muitos propósitos.

  Eu estava indo em direção à sala de embarque quando avistei alguns homens uniformizados. Rapidamente os identifiquei. Era o time do Flamengo, que havia perdido para o Cruzeiro no Mineirão, na noite anterior e estava voltando para o Rio de Janeiro. Desfilavam cabisbaixos, com headphones e malas de marca. Atraíam a atenção de algumas pessoas, que os paravam para tirar fotos, mas que rapidamente se dispersavam.

  Na espera do avião, sentaram em grupo próximo a uma livraria, e eu me aproximei. No meio de tantos nomes conhecidos, um me chamava a atenção. Era o Alecsandro, que estava no elenco do Atlético-MG na conquista da Copa Libertadores de 2013. Ele estava na última cadeira de uma fileira e mexia no celular com certa frequência.

  Eu o observava e ameaçava iniciar um contato. Para despistar, entrei na livraria em frente e comecei a folhear alguns livros. Mas meu instinto jornalístico falou mais alto e, após algum tempo, decidi iniciar uma conversa.

  - Alecsandro, parabéns pela Libertadores de 2013! – eu disse enquanto esticava a mão para cumprimentá-lo.
 
  Ele tomou um breve susto (possivelmente não esperava a aproximação), desligou o celular e levantou a cabeça agradecendo com um sorriso no canto da boca.

  - Eu sofri muito com aquele gol no fim da partida de ida da final no Paraguai. Ainda mais presenciando o lance ao vivo! – eu exclamei com certa empolgação.

  Ele levantou as sobrancelhas com um ar de espanto ao perceber que não estava conversando com um simples simpatizante.

  - E depois no jogo de volta, me lembro que você quase fez o gol do título na prorrogação. Poderia ter ido de vilão a herói! – eu complementei, com um comentário um pouco polêmico, mas que arrancou momentos nostálgicos em seu pensamento, uma vez que ele começou a detalhar o lance enquanto eu ainda estava falando.

  - Mas no final deu tudo certo! – ele disse com um olhar mais alegre com orgulho da conquista.

  De fato, Alecsandro foi muito importante nesse torneio. Converteu o pênalti na semi-final contra o Newells e na grande final contra o Olímpia.

  Após alguns segundos de silêncio, toquei em um assunto mais decepcionante.

  - E o Mundial de Clubes? O que aconteceu? 

- Não deu, cara. Nada deu certo naquele jogo. – ele lamentou.

  A derrota de 3 x 1 para o Raja Casablanca foi um banho de água fria para o Atlético. Não ter alcançado a final da competição foi frustrante para todos.

  - Será que ter chegado para o Mundial muitos dias antes do jogo atrapalhou? – eu questionei (o time atleticano foi para o Marrocos sete dias antes da semi-final e realizou apenas treinamentos na cidade do torneio).

  - Pode ser. Mas o time deles era bom e, em um torneio eliminatório de jogo único, tudo pode acontecer! – e a cara dele fechou. Não ter ganho o Mundial em 2010 e nem em 2013 pode ter deixado mágoas profundas. Um jogador vitorioso como ele deve lamentar muito quando perde competições que nunca conquistou.

  - Tá de malas prontas para o Palmeiras? – foi minha última pergunta, que tinha o propósito de apenas confirmar uma notícia espalhada pela mídia.

  - Não! Vou ficar no Flamengo! – imediatamente após pergunta, ele ficou sério e parecia não querer falar sobre o assunto.

   A resposta de Alecsandro foi compreensiva, mas me surpreendeu. Eu não imaginava que seria tão difícil conseguir depoimentos e informações de um jogador em uma conversa informal. Talvez se eu tivesse um microfone de um canal na mão teria mais sucesso.

  Eu o parabenizei novamente e finalizei o diálogo. Apesar de poucas palavras, foi muito atencioso e educado. Demonstrou a todo momento muita calma e tranquilidade, o que certamente precisou nas cobranças de pênalti que o fizeram entrar para a história do Atlético- MG.

  A exemplo de Alecsandro, muitos jogadores que participaram da Libertadores de 2013 pelo Atlético se foram. Mas suas trajetórias ficam na história do clube. E isso os une eternamente aos torcedores que vivenciaram aquele momento.