terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Retrospectiva do ano de 2014 do Clube Atlético Mineiro

  Um ano que tinha tudo para dar errado e terminou da melhor maneira possível. Este foi o ano de 2014 para o Clube Atlético Mineiro. 
      
  Após o vexame no Mundial de Clubes , Cuca foi embora e Autuori, um nome contestado pela torcida, chegou para tentar conquistar títulos e deixar seu nome na história do clube como seu antecessor. Ele vinha de trabalhos muito insatisfatórios e no Atlético não foi diferente. Decepcionou a todos e saiu pela porta dos fundos. 
  
  Já havia passado cinco meses e o time não tinha padrão de jogo e estava longe de encantar. Era necessário contratar um treinador com gana de vencer e com identificação com o clube para arrumar a casa. Levir Culpi era o nome ideal. Ele chegou com apoio da massa mas alguns nao acreditavam que o treinador, que estava há muitos anos no futebol japonês, poderia se adaptar rapidamente ao país e levar o time a conquistas. 
  
  Levir chegou botando ordem no clube e peitou estrelas do elenco , como Ronaldinho e Jô. Exigiu raça e comprometimento de todos os jogadores. No início seu time não apresentou bom futebol, e o título da Recopa foi conquistado mostrando sua marca: burro com sorte. O craque Ronaldinho deu adeus e o técnico aboliu a concentração , esperando respostas dos jogadores em campo. E esta resposta veio rapidamente com boas vitórias no brasileiro e uma passagem de fase tranquila em cima do Palmeiras na Copa do Brasil.
      
  O time começou a mostrar uma nova cara e, a partir do dia 22 de setembro, tudo começou a dar certo, mas sempre com o inevitável sofrimento que está no DNA do clube. O jogo era contra o maior rival e em campo adversário. O professor Levir decidiu inovar e colocou quatro atacantes sem centroavante, além de apenas um volante. Um postura audaciosa que parecia insana, mas encaixou como uma luva. O Atlético venceu o Cruzeiro, que ainda não havia perdido em casa. O vento começava a soprar a favor... 
      
  Então, vieram as outras fases da Copa do Brasil. Uma competição em que o Galo já foi tão castigado, e sofreu derrotas muito inesperadas. Contra adversários como Corinthians, Flamengo e Cruzeiro a derrota seria inevitável, diria um torcedor comum. Mas o atleticano é doente, torce contra as estatísticas e acredita até o fim. E não é que o "eu acredito" bradou mais alto?  Nem mesmo derrotas por 2 a 0 fizeram a massa desistir. Uma virada de 4 a 1 pode parecer sorte , já duas em sequência é algo improvável, impensável e impossível. Mas isso não existe no vocabulário do torcedor do Atlético. Aqui o raio cai duas vezes no mesmo lugar. Aqui os deuses do futebol proporcionam seus maiores espetáculos. 
      
  E , para finalizar, duas vitórias em cima do rival na final e a conquista do título inédito da Copa do Brasil. Parece roteiro de cinema, mas é apenas mais um ano na história deste clube inexplicável. 
      
  O ano acabou. O maior presidente da história terminou sua trajetória de uma forma que não imaginava nem nos sonhos. E o coração do atleticano continua a bater. O "eu acredito" corre forte nas veias...
      

terça-feira, 14 de outubro de 2014

A segunda Era Dunga na Seleção: avanço ou retrocesso?

  Após sofrer o maior vexame de sua história, na humilhante derrota para a Alemanha na Copa do Mundo do Brasil, a Seleção brasileira tenta juntar os cacos e seguir em frente. Pra quem esperava uma reformulação total assim como eu, a escolha de Dunga para ser o novo técnico foi decepcionante. O capitão da conquista de 94 não possui os requisitos necessários para tal cargo e já teve a sua chance. Falhou e mostrou falta de preparo, o que ainda parece ser o problema. Ele tem as mesmas origens gaúchas que o antecessor Felipão e adota o mesmo pensamento que o antigo treinador: ganhar a qualquer custo. Dessa forma, o verdadeiro futebol arte vem sendo aniquilado por brucutus do 0,5 x 0 cada vez mais e o futuro acaba se tornando um retrocesso. É isso que queremos para um dos nossos maiores patrimônios?
  
  Nos primeiros amistosos, o time de Dunga teve resultados positivos, mas com um futebol pouco  animador. A base da equipe foi a mesma da Copa, apenas com algumas modificações pontuais. Assim, também apresentou muita disciplina tática e pouca ousadia. Nas poucas mudanças que houve, a principal delas foi no ataque. Diego Tardelli, que vive excelente fase no Atlético MG, se tornou a  principal referência ofensiva, atuando como "falso 9". É um goleador nato, mas que se movimenta muito e se apresenta constantemente para o jogo. É o jogador certo para essa função e teve boas atuações até agora. Apesar disso, a "Neymardependência"continua, e depender do talento de um só jogador é muito pouco para uma Seleção do calibre do Brasil. Assim, o estilo de jogo que predomina ainda é o pragmatismo e temos muito a evoluir. Faltam jogadores criativos, os chamados gênios da bola, que têm o poder de decidir uma partida assim como o Neymar. E, no Brasil, que é um celeiro de craques, isso é o que não falta.
  
  Precisamos investir mais na base em busca de jovens promessas. O Brasil mostra que ficou pra trás vangloriando esses técnicos da política de resultado. E é essencial uma reforma da CBF, tirando todos os manda-chuvas autoritários e egoístas que tanto prejudicam o esporte do povo e a seleção canarinha. Após essas modificações, a seleção brasileira precisa ser entregue a pessoas sérias e que entendem do assunto, como ex-jogadores e dirigentes que querem beneficiar o time do Brasil e não a si próprios. A partir disso, depositar a confiança em algum técnico que mereça verdadeiramente o convite e esperar os frutos que, a longo prazo, com certeza virão. Essa receita já foi implantada em vários países como na atual campeã, Alemanha, e não há dúvidas que é o único caminho para a Seleção pentacampeã voltar aos trilhos e voltar a nos alegrar com bom futebol como em um passado remoto...
   

domingo, 21 de setembro de 2014

Análise do clássico mineiro

  O maior clássico de Minas Gerais foi um belo espetáculo. Cruzeiro e Atlético fizeram uma partida muito equilibrada e emocionante. Os dois times tiveram chances de vencer e, no final, saiu com a vitória a equipe que estava mais satisfeita com o empate. Como sempre, esse confronto foi repleto de surpresas e tensões até o último lance. 
  
  Com o cenário totalmente favorável, o Cruzeiro pressionou o adversário em busca do gol desde o primeiro minuto. A torcida celeste estava em maioria e esperava alcançar a décima vitória em dez jogos como mandante. O atlético foi para o Mineirão para se defender e apostava nos contra ataques puxados por Carlos e Diego Tardelli. O time da casa criava muitos ataques e o gol não saía por detalhes. Já o Galo era lento e pragmático, até que, em um lance isolado, conseguiu abrir o placar do jogo com o jovem Carlos. O gol desestabilizou o Cruzeiro e, em uma jogada seguinte, Tardelli ampliou o marcador para a equipe alvinegra. Logo depois, a raposa respondeu e voltou ao ataque aproveitando a fragilidade do lateral esquerdo atleticano, Emerson Conceição. Foi nesse lado que Everton Ribeiro fez excelente jogada e passou para Ricardo Goulart descontar. Com isso, o primeiro tempo terminou em 2 x 1. 
  
  No segundo tempo, os times voltaram com a mesma postura. O Atlético ficou ainda mais retrancado e o Cruzeiro foi em busca do segundo gol, explorando muito as jogadas aéreas. E foi em um desses "chuveirinhos" que a equipe cruzeirense empatou o jogo. O promissor Alisson fez um belo gol ao arrematar um voleio com raríssima felicidade. Após esse tento, o time da casa encurralou ainda mais o rival. Foram algumas bolas na trave e belas defesas de Victor que impediram a virada. O time atleticano, que estava muito desfalcado e jogando fora de casa, segurava o resultado e estava satisfeito com o empate. O jogo caminhava para o seu término, até que a estrela do atacante Carlos brilhou novamente. Após cruzamento de Donizete, o garoto de 19 anos cabeceou com perfeição e colocou a bola no ângulo do gol de Fábio. Festa para os poucos, mas fervorosos torcedores atleticanos e decepção para os muitos cruzeirenses, que tiveram que ir para casa com o gosto amargo da derrota para o rival.
  
  Agora, o Atlético ganha motivação para continuar lutando por uma vaga no G4 e o Cruzeiro, que continua líder absoluto, precisa se reerguer após sofrer sua primeira derrota em casa para seu maior rival. O resultado da partida pode ser considerado injusto por muitos torcedores, mas reflete uma das principais frases ditas no mundo do futebol: quem não faz, leva! 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O novo Manchester United

  Após o fim da janela de transferências, o Manchester United alcançou sua primeira vitória sob o comando de Louis Van Gaal. Com todas as contratações disponíveis, o técnico holandês deu esperanças à torcida inglesa que dias melhores virão. Será o começo de uma nova era? 
  
  O adversário não dificultou, mas o United apresentou um bom futebol. A vitória de 4 x 0 contra o Queens Park Rangers pode representar o começo ou a volta de um Manchester vencedor em busca de títulos. A principal contratação da temporada, Di Maria, não decepcionou os mais de 75 mil torcedores presentes e fez uma excelente partida. Com um gol e uma assistência, ele foi o nome do jogo e comandou as principais ações ofensivas dos diabos vermelhos. Daley Blind, outro novo contratado, apresentou um futebol semelhante ao da Copa do Mundo. Com belos lançamentos e errando poucos passes, fez uma partida praticamente perfeita e deu uma maior consistência para a instável zaga do United. O lateral Rojo, que também estreou,  fez uma partida discreta, mas consciente e agradou. Já no fim do jogo e com a vitória praticamente assegurada, Falcao entrou pela primeira vez com a camisa vermelha. Não teve tempo para mostrar sua qualidade, mas levou os torcedores ao delírio apenas por pisar no gramado. 
  
  Van Gaal não utilizou seu esquema favorito, o 3-5-2, e colocou o time ofensivo com um 4-4-2. A fragilidade do adversário pode ter influenciado sua escolha, mas essa decisão significa que uma variação tática não esta descartada. Com tantas estrelas no elenco, será difícil definir um time titular. Além disso, o futebol apresentado nesse jogo mostra que os jogadores estão com fome de bola. Agora, basta unir essa vontade, a qualidade individual e um esquema de jogo para que o Manchester volte a honrar o famoso cântico das arquibancadas "Glory, Glory Man United". 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O futuro do futebol moderno

  Ano de 2050. O futebol não é como antigamente. Agora, parece-se mais com um espetáculo do que com um esporte. Para participar do evento, cobra-se um preço muito alto que apenas uma mínima parcela da população tem condições de pagar. Para entrar na arena, é obrigatório o uso de traje formal e o rádio é estritamente proibido.    

  
  Meu avô me contava que, anos atrás, cada partida era uma festa. Existiam torcidas organizadas que comandavam as músicas na arquibancada e era raro ver uma pessoa sentada. Hoje em dia, todos ficam nos lugares marcados e não é permitido gritar. Os recursos tecnológicos são algo comum e, a cada lance duvidoso, são utilizados. O jogo é frequentemente interrompido, mas não há mais erros de arbitragem. 
  
  Assim, o futebol não gera mais polêmicas e se tornou premeditado. Desde a entrada dos jogadores no campo até o apito final, tudo segue um cronograma. Crianças não são admitidas e mascotes viraram símbolos do passado.  
  
  O esporte mais famoso do mundo realmente se transformou. Atualmente, os espectadores não torcem, apenas assistem à partida. A paixão do torcedor não é mais a mesma e os times se tornaram empresas que visam lucro. O chamado futebol moderno pelos antiquados está cada dia mais presente e mais radical!  
  
  Ainda estamos em 2014 e essa situação não está tão evoluída. Por isso, se você é um apreciador do verdadeiro futebol assim como eu, reflita e faça a diferença. Diga não ao futebol moderno!